terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A Natureza dos Números

1 - É o pontapé inicial, a vontade propriamente dita. Você quer algo quando está no número um. Mas você quer o quê? Não sabe. Pelo menos não sabe com precisão. Tudo é muito indefinido quando se está no número um. Você quer fazer faculdade, mas não sabe que curso escolher. Os milhares de espermatozoides vão em direção ao óvulo. Esse é o um.

2 - No dois a coisa toma outra figura. É basicamente igual ao um, mas aqui você já tem o oposto. Você não sabe o que quer, mas sabe exatamente o que não quer. A dualidade é forte. Você não sabe que curso vai escolher na faculdade, mas tem certeza de que não será Direito nem História. É aqui que começa a seleção natural, milhares de espermatozoides começam a morrer, até sobrar um, que penetra no óvulo. Esse é o dois.

3 - O três é a escolha do um. Aqui você sabe o caminho que vai tomar. Não há mais dúvidas e negações: há certezas. O três é o planejamento, o desenho no papel, o momento em que você começa a caminhar para ter aquilo que quer. O três é a gestação da mãe: Esse é o três.

4 - O nascimento, a materialização. Aqui você tem aquilo que quer, aqui você começa as aulas no seu curso escolhido. Você já pode experimentar aquilo que você um dia idealizou. Mas como todo bebê que acabou de nascer o quatro é parado. No quatro não há ação, só inércia. A coisa existe mas ainda  não tem o mecanismo necessário pra agir. Só sabe chorar e dormir. Esse é o quatro.

5 - O cinco é a ação, a energia que move as coisas. Como um carro que precisa de combustível pra funcionar, como um rádio que precisa de música pra tocar... O cinco é o impulso propulsor. Antes o que você tinha não era nada além de um pedaço de matéria que acumula poeira. Aqui a coisa ganha um significado, uma razão de existir. Esse é o cinco.

6 - E no seis você tem a coisa completa, perfeita. Aquilo que você idealizou manifestado e com uma utilidade. Aqui é quando a música toca no rádio, quando o carro anda, quando o disparo é feito. No seis a coisa acontece como tem que acontecer. O seis é o filho perfeito, o filho prodígio. Esse é o seis.

7 - O sete é a queda. No sete você abusou demais daquilo que teve. Você se deixou levar pelas emoções e extrapolou além  da conta. Aqui é o desgaste, a rachadura. Aquilo que você tem não é mais perfeito, você passou do ponto, queimou os bolinhos. Esse é o sete.

8 - No oito é a recuperação, a cura. Antes você tinha quebrado, aqui é onde reparamos. Na oficina do oito tudo pode ser feito, não importa o dano causado. O oito é como uma corda que pendura, amarra aquilo que está quebrado novamente. Esse é o oito: O medico.

9 - Recuperar é tornar a coisa como ela era antes, em sua perfeição. Então voltamos para o seis, mas não é o seis. Agora nós aprendemos a lição. Então o seis vira de ponta cabeça e fica como nove. O nove é a maturidade, o lugar em que nós podemos usar a coisa como usávamos, mas com cautela, pra não nos prejudicarmos. Esse é o nove.

10 - O dez é o final. Aqui você já usa a coisa como deveria, com sabedoria e discernimento. Mas você sabe que essa coisa não vai durar pra sempre: um dia tudo acaba. E o que você tem terá o seu fim. Você sabe que não pode fazer nada pra impedir. Esse é o dez.

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