domingo, 21 de junho de 2015

"Vá brincar lá fora, garoto!"

De uns tempos pra cá eu tomei pra mim o hábito de ver profundidade em tudo que existe. Se eu bato com meu dedo mindinho na quina de algum cômodo, eu rapidamente penso se aquilo é algum tipo de mensagem simbólica e indireta do universo pra mim. Geralmente chega à conclusões de que a mensagem é: "você precisa ficar mais atento por onde anda", ou: "você precisa prestar mais atenção no momento do Agora, se não coisas como essa irão sempre acontecer."

Mesmo que não tenha mensagem alguma, e que tudo seja mera obra do acaso, fazer esse tipo de coisa me é muito útil, pois me força a entender sobre simbolismo, criando minhas próprias regras de tradução do mundo. Os antigos chamavam isso de "sinais", mas esses símbolos estão mais presentes do que imaginamos. Coisas bastante mundanas carregam um simbolismo gritante. Cito aqui até mesmo o Lúcio Manfredi, o "Franco-Atirador", dono de um blog há muito extinto. Ele cita sobre isso em um comentário, que boto aqui pra explicar ainda mais meu ponto:





"Eu reconheço que o futebol, como todos os esportes (de fato, como todos os jogos), tem elementos simbólicos fortes - a luta por uma taça e o número de jogadores igual ao das Sephiroth são só dois exemplos. Além do mais, o sentimento das torcidas é claramente uma versão laica da fé religiosa, o que, em princípio, vai ao encontro do meu interesse pelas manifestações do sagrado na cultura pop(ular). Acrescente-se a isso a própria bola, símbolo da totalidade, e o simbolismo da rede, e some o fato de que alguns ancestrais do futebol eram rituais religiosos explícitos - como o praticado por maias e astecas, por exemplo, uma mistura de futebol e basquete em que os vencedores (no caso dos astecas) ou os perdedores (no caso dos maias) eram sacrificados aos deuses e os movimentos da bola refletiam a movimentação dos astros celestes."

Outro dia descobri, por exemplo, que a provável origem do "churrasco de domingo" vem do culto ao deus Mitra, que venceu o Minotauro. No dia de domingo, seus adoradores matavam um touro em sua homenagem e comiam a carne em um banquete. Ou, o fato da banana parecer um pênis e ajudar na produção de testosterona, e o mamão parecer uma vagina (cortado ao meio) e ajudar na produção de estrogêneo. Me parece que o universo (ou o SAG) conversa conosco o tempo inteiro através desses símbolos, mas, como dizia Raul seixas na música "SOS": "E nas mensagens que nos chegam sem parar, ninguém, ninguém pode notar, estão muito ocupados pra pensar."

Pensando nisso, hoje me peguei pensando em minha infância e de como eu brincava na rua; e percebi - forçadamente - que isso é uma mensagem simbólica. Não um símbolo universal, um símbolo arquétipo, como dizia Jung, mas um símbolo pessoal, que talvez só vale pra mim.
Você é uma criança e sua mãe manda você ir brincar lá fora, na rua. Você vai. Brinca, se diverte, aprende, faz besteira... Mas no fim, tu sempre volta pra casa, para o seu lar, para o seu refúgio, sua origem.

Playground, em uma tradução totalmente literal, seria "brincar na terra". A mensagem simbólica pra mim aqui é clara: a criança é você, que sai de seu mundo espiritual, em uma incrível jornada do herói, e vai se aventurar no mundo desconhecido, sem "seus pais", no plano físico, no mundo.
O que se aprende brincando na rua, no parque, em qualquer lugar? Ora, se aprende a viver, a experimentar. Dentro de casa nós temos um ambiente controlado, como um laboratório mesmo. Lá fora, na rua, é o caos, é a floresta assombrada dos contos de fadas, onde você tem que sobreviver, experimentar e tentar chegar em casa novamente.

Essa forma de pensamento simbólico me acompanha faz tempo, e creio ser um guia perfeito pra quem "se aventura no desconhecido". A razão é a luz que te guia pela floresta escura, mas é observando o padrão das árvores, dos sons dos animais e da densidade do ar que se escolhe o caminho a ser seguido.
A combinação de Lua (símbolos) e Mercúrio (razão) é fundamental aqui.
Nós, quando falamos, emitimos uma série de sons, apenas barulho, mas nossa lógica cria padrões que fazem sentido pra se comunicar e se expressar. Por que não fazer isso com o resto? A Lua é a coisa abstrata, sem forma; Mercúrio que dá a forma pra coisa, que cria uma regra, um padrão pra ser entendido. O padrão existe, e pessoas seguem esse padrão inconscientemente (lua). Basta saber ler.

No fim, deixo um excelente documentário explicando tais padrões - simbólicos ou não. Se você está perdido, pare pra prestar atenção neles, que talvez você se encontre, e volte pra casa.



(meus textos são bem confusos e selvagens mesmo, fruto da oposição de minha lua com meu mercúrio; minha mente é uma floresta desconhecida, só esperando pra ser explorada por... eu mesmo.)

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